terça-feira, 4 de julho de 2017

Quero estudar fora, o que fazer? - Parte I



As vezes a gente coloca na cabeça de fazer uma pós no Brasil e fica perdidinho. Eu passei por isso quando fui escolher onde fazer minha pós. Aqui vão algumas pontos para facilitar sua vida:

1º - Decida em que língua você vai fazer sua pós.
               Pode parecer a coisa mais básica e besta de todas, mas isso vai influenciar os documentos que você vai precisar. Por exemplo: você pode achar uma boa oportunidade em Portugal, mas pode descobrir depois que o curso é ministrado em inglês e não em português.
               Minha dica é: opte pelo inglês e se prepare para usar essa língua.

Por que?

Porque a maioria dos países oferece pós graduação em inglês, não importa onde estejam. Locais como Alemanha, Holanda, Austria, países escandinavos, todos oferecem cursos em inglês (até aqui no Brasil!). Mas claro, você tem que aprender a língua local também, né?



2º - Decida se você quer estudar em algum local porque ele cabe no seu bolso ou se sua prioridade são as linhas de pesquisa ou o nome da instituição.
              
A gente sabe que aqui no Brasil o pessoal pode dar mais valor a uma universidade merreca lá fora do que as realmente boas daqui, só porque você estudou fora. Então essa possibilidade de caber no bolso é bem real (você vai descobrir que seus critérios vão diminuindo a medida que você vir o preço das pós)


3º - Mestrado profissional, MBA, MA, MSc, level 8, level 9. O que diabos é isso Clarice?
              
Bom, quando a gente pensa “vou estudar fora” esquece que cada país tem suas nomenclaturas e organização estudantil. Na Irlanda por exemplo você tem 10 níveis de estudo, sendo que de 7-10 são os considerados High Education (3º grau). Isso É importante quando você vai aplicar para os tipos de visto.  Sobre as diferenças entre os Mestrados (MA, MBA, MSc, MEng, LLM, etc..) eu indico uma leitura desse link: http://www.viva-mundo.com/pt/noticia/post/o-que-mba-ma-msc-meng/



4º - Não tenho dinheiro suficiente, quero estudar e trabalhar ao mesmo tempo!
               *ESSE* é o ponto crítico que muitas vezes faz a gente decidir onde vai estudar. Estudar fora do Brasil é caro (Bom, aqui também não é), mas principalmente em épocas que o real fica mais desvalorizado. Então a gente sempre pensa: é legal se eu conseguir um bico ou já começar a entrar no mercado de trabalho, neh?
               O que acontece é que nem todos os países que vão te dar visto de estudante vão permitir que você faça bicos. Por exemplo: nos EUA você só pode trabalhar para a própria universidade ou dentro do campus (bibliotecas, restaurantes, etc..) mas totalmente limitado. Na Espanha você só pode fazer interships (ser estagiário, a regra é que você não pode depender desse dinheiro para sobreviver).

Outra coisa, você precisa *pesquisar* sobre o Mercado de Trabalho na região. Tem vagas? O país tá em crise? São xenofóbicos e contratam estrangeiros? (sim isso existe) Porque se você for contando com esse dinheiro e for para um local em crise pode se dar mal.
               Países como Canadá, Austrália, Irlanda e Nova Zelândia são os favoritos dos brasileiro porque você, geralmente, pode trabalhar 20hrs semanais.
             

5º - Estou perdidíssima, você me ajuda a procurar um local?

Aqui vão alguns links que podem te ajudar:

  • * 6 Melhores Lugares para estudar na europa:

  • 10 Melhores países para estudar

  • As 15 melhores cidades para estudar no mundo

  • 6 países em que é possível estudar de graça ou quase

6º - Decidi o país, e depois?
               Agora é decidir onde você quer estudar! Hora de procurar universidades, ver os valores, https://www.numbeo.com/cost-of-living/comparison.jsp ), etc. Vários sites possuem boas dicas de bolsas de estudo (http://noticias.universia.com.br/tag/bolsas-de-estudo/ - http://partiuintercambio.org/bolsas-de-estudo/ - https://canaldoensino.com.br/blog/30-paises-que-oferecem-bolsas-de-estudo-para-brasileiros  https://www.estudarfora.org.br/category/bolsas-de-estudos/ ), mas você tem que se movimentar também.
onde tem bolas de estudo, descontos, auxilio, custo de vida nas cidades  (Gosto do numbeo para compara os custos de vida entre as cidades, assim você tem uma ideia: 
               Tem que ficar ligado dos deadlines das universidades, ver a documentação necessária para se inscrever, fazer um bilhão essays (tava achando que era só pagar e tava inscrito? Não meeesmo).
              
Aqui vai uma lista de documentos que normalmente você vai precisar apresentar:
  • Academic transcrip e Certificate (Seu histórico da universidade e Diplomas com tradução juramentada – siiiiim, você vai ter que pagar por isso)
  • Pagamento das taxas de inscrição (você vai pagar o Application Fee só para eles olharem sua documentação e muitas vezes te darem um não)
  • Teste de Proficiência na língua (IELTS, Toefl, CAE, PTE, DELE, DELF enfim...)
  • Cartas de recomendação (dependendo do curso você vai precisar de uma acadêmica ou profissional, normalmente eles requisitam 2)
  • Essays (infinitas redações)
  • CV

Para cursos que envolvam administração eles ainda podem pedir um GMAT ou GRE (é eu também nunca tinha ouvido falar dessas provas até resolver fazer um MBA) https://www.estudarfora.org.br/gmat-x-gre-veja-as-diferencas/

Depois é aplicar, ver se eles querem mais alguma coisa específica  e esperar eles te responderem. Alguns te dão um feedback, alguns te dão apenas a resposta tipo “aceita” “não aceita”. Ah, claro, lembra das bolsas de estudo? DEPOIS que você aplica pra universidade que você vai aplicar pra bolsa. Então não ache que você vai 1º saber se tem bolsas, descontos, etc, pra depois se inscrever. Você se inscreve e depois aplica, algumas vezes você pode até fazer ambos os procedimentos ao mesmo tempo. 

Boa sorte para quem for tentar!





quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Offrez moi la Tour Eiffel, j'en ferais quoi?

As vezes a gente sabe quer quer uma coisa, mas não tem tanta certeza do que é essa "coisa".

Então, não é estranho que você possa querer vivenciar um intercâmbio, mas não saiba para onde diabos você quer ir.

Acho que a maioria das pessoas sempre vai acabar dando muitas dicas similares, só que nem todo mundo é igual, então você vai ter que descobrir "na marra" mesmo o que funciona para você.

Não se iluda achando que é porque eu amei Londres que você também vai amar a cidade. Por exemplo, eu amo viajar, sou formada em turismo, e uma das cidades mais decepcionantes para mim foi: Paris. 

(é agora que eu recebo as pedradas?)

Não é que lá não seja legal, é. Vale a pena ir? Vale, mas para mim 1 visita foi o suficiente ¬¬ 

Por que?

O quanto vocês prestam atenção na arquitetura da cidade em que vocês moram? Na cidade que vocês visitam? O mundo copiou a França e o estilo parisiense de ser! O problema é quando você chega na "fonte" do negócio, ele não parece tão encantador assim. Foi mais ou menos essa a minha impressão. (com algumas pessoas mal-humoradas no caminho, que não faziam tanta questão de me ajudar, um hotel de cadeia onde o ar condicionada não funcionava e funcionários que te ignoravam, coisas assim).

Mas o ponto que quero colocar aqui é que você não tem que gostar de uma cidade apenas porque outras pessoas gostam! tem gente que ama a experiência de um intercâmbio, tem gente que a odeia. As vezes é sorte, as vezes é uma questão de pesquisa. 

Então, DEPOIS de decidir a língua que você quer aprender, decida o país. Parece fácil, mas não é. Principalmente quando falamos de Inglês, Francês e Espanhol, onde as gírias, maneiras de falar, sotaques podem te colocar em situações no mínimo complicadas. 

Exemplo? Meu vocabulário de Espanhol é mais de Espanhol da Espanha, porém fui fazer um trabalho como intérprete para um grupo da América Latina e falei uma palavra que era comum em um tipo de espanhol, porém uma obscenidade no outro. Nenhum pouco legal, eu diria.

Poupe seu trabalho e pense que tipo de sotaque você está mais habituado. Não seja um estudante de inglês do brooklin que decide fazer intercâmbio nos Highlands escoceses. Como o meu francês era zero, fiquei na dúvida entre França e Canadá. 

Depois vi quanto eu tinha para gastar no total do intercâmbio. Tenha uma meta, veja o quanto você pretende gastar ao menos, mesmo que você continue recebendo algum dinheiro. A variação do cambio pode te pegar de surpresa e ser bem desagradável. Há várias coisas que devem ser medidas. 

Obviamente a França era mais caro, porém me dava facilidades de viajar depois, minhas opções de viagens seriam mais restritas no Canadá. E outra, no Canadá não conheci uma pessoa que não fosse, pelo menos, bilíngue. Ou seja, se eu estivesse em uma situação de apuros, eu facilmente correria pro inglês. E eu não queria que isso acontecesse. Eu QUERO aprender francês! 

Então, munida de menos tempo de intercâmbio e, depois de várias pesquisas sobre: custo de vida, vistos, associações e mais um monte de burocracia eu, finalmente, decidi o país que eu iria.

E eu nem comecei ainda a lenda que foi pra decidir a cidade...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Marchons, marchons!


Oi?

*cof*cof*

(espana a poeira)

É, eu sei, não sou uma pessoa muito, hã, assídua para postagens. Até pensei em não voltar aqui, mas algumas pessoas vieram pedir dicas para fazer intercâmbio sem vender um rim ou um fígado... Então vamos ajudar o mundo!

Senhoras e senhores, não satisfeita com os perrengues passados com a minha total falta de noção com o inglês em Londres, resolvi desbravar novos caminhos e aprender francês.

Sim, isso mesmo. Francês. E está sendo um pesadelo, diga-se de passagem. Quer dizer, é até compreensível que uma pessoa vá aprender inglês, espanhol até! Mas francês? É uma língua feia, complicada, que ignora pelo menos 1/3 das letras que estão nas palavras só pra complicar a sua vida!!!! Mas a linha de raciocínio foi mais ou menos essa:

- Inglês (Ok)
- Espanhol (Ok)
- Japonês (Sei ler, mas não entendo o hiragana e o katakana que leio, um dia eu volto a estudar)

Qual a outra importante língua da ONU que falta? Francês. Ok, então, vamos pro Francês!

Mas eu não sei ser paciente! Então, como uma amiga minha me disse, eu quero ser fluente em uma língua em 6 meses sendo pessimista.

Devido a minha a vários contratempos só passarei 4 semanas no curso (o que eu não recomendo a ninguém em um intercâmbio), mas, enfim, é o que eu tenho em mãos pra trabalhar, então, bora fazer um milagre aqui! Então tenho que fazer o curso ser produtivo e voltar falando de maneira compreensível, pulando, pelo menos 3 semestre de francês no Brasil.

Nos próximos dias vou tentar dar dicas de como escolher a cidade, escolar, se você vai ou não por agência, tipo de estadia, etc..

Bises!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

The Phantom of the Opera is there - inside my mind

Certo, eu não tenho estado tão entediada assim por aqui. Até visitei alguns pontos turísticos, embora, algumas pessoas possam considerar uma heresia que eu ainda não tenha assistido a uma troca da guarda =)


Mas, não falemos do que eu ainda não vi por aqui, e sim do que eu já vi.


Uma das coisas que mais me encantava quando eu pensava em fazer um intercâmbio em Londres era a possibilidade de assistir a musicais. Sempre gostei muito de músicas, embora eu seja mais do tipo de pessoa que não sabe o nome da música e nem quem canta. Eu apenas gosto.


Quando criança eu sempre via sobre adaptações de musicais da Disney no Brasil, lembro bem de ter lido que o Teatro Abril em São Paulo estava fazendo uma versão em português do musical "A Bela e a Fera" (um dos meus filmes favoritos) e que eu queria muito ir. Mas Fortaleza é longe de São Paulo e avião naquela época não era tão barato, então eu fiquei sem musicais. Certo, um bom amigo pode me dizer "Clarice havia adaptações em Fortaleza", mas eu queria as oficiais!!! As GRANDES apresentações! 


A primeira vez que fui a São Paulo, em 2005, estava tendo uma apresentação do "O Fantasma da Ópera" (que ficou em cartaz no Brasil até 2007) e eu fui. Já tinha visto o filme em 2004, em sua última adaptação para o cinema com o Gerard Butler, Emmy Rossum e Patrick Wilson, e conhecia as músicas. Mas eu não esperava que eu ficasse tão encantada com uma coisa que eu já devia saber como era. Adorei demais o musical e logo estava bem viciada em toda a trilha sonora do filme e na 1a versão do musical, de 1986, onde a Christine é interpretada pela Sarah Brightman (achei essas as duas melhores cantoras entre as versões que eu ouvi).




Antes de viajar eu já tinha visto e revisto todos os musicais que estavam em cartaz e feito uma lista do que queria assistir, com uma previsão mínima de ver 1 musical por mês! Minha maior dúvida era se eu veria primeiro "The Phantom of the Opera" ou "Lion King" (que eu imaginava ser similar a apresentação que tem no Animal Kingdom, no World Disney em Orlando, Flórida, USA). No fim das contas apenas assisti ontem o Phantom, (o que não significa que eu não tenha visto outros musicais antes, depois eu falo sobre esses outros musicais).


O musical é lindo! Fantástico! Eu me arrepiei com  minhas músicas favoritas (All I Ask of You, Think of Me e, obviamente, The Phantom of the Opera), claro, estranhei um pouco a cantora dessa versão, porque estava acostumada a ouvir mais as músicas com as vozes da Emmy Rossum e Sarah Brightman, mas isso não tirou nem um pouco a fantasia do musical.


Para quem não conhece a história (sério que alguém não conhece essa história???) segundo a nossa enciclopédia moderna, wikipedia, 


"O Fantasma da Ópera é um musical composto por Andrew Lloyd Webber, baseado no romance honônimo de Gaston Leroux. O musical narra a história de uma bela soprano, Christine Daaé, que passa a ser a misteriosa obsessão de um gênio musical conhecido como "O Fantasma da Ópera", já que ninguém o vê nem sabe quem é."


Como achei essa sinopse muito ruim, peguei a sinopse do filme do site AdoroCinema:


"La Carlotta (Minnie Driver) é a diva de uma conceituada companhia teatral, que é responsável pelas óperas realizadas em um imponente teatro. Temperamental, La Carlotta se irrita pela ausência de um solo na nova produção da companhia e decide abandonar os ensaios. Com a estréia marcada para o mesmo dia, os novos donos do teatro não têm outra alternativa senão aceitar a sugestão de Madame Giry (Miranda Richardson) e escalar em seu lugar a jovem Christine Daae (Emmy Rossum), que fazia parte do coral. Christine faz sucesso em sua estréia, chamando a atenção do Visconde de Chagny (Patrick Wilson), o novo patrocinador da companhia. O Visconde e Christine se conheceram ainda crianças, mas ele apenas a reconhece na encenação da ópera. Porém o que nem ele nem ninguém da companhia, com exceção de Madame Giry, sabem é que Christine tem um tutor misterioso, que acompanha nas sombras tudo o que acontece no teatro: o Fantasma da Ópera (Gérard Butler)"


Bom, bem melhor essa sinopse. 


O musical acho que agrada gente de quase todas as idades (certamente não irá agradar crianças, por favor, não levem crianças para assistir esse musical!  The Phantom of the Opera é um clássico e, certamente, vale a pena ser visto mais vezes! É um belo drama com músicas fantásticas!


Fachada do Her Majesty's Theatre
Aqui em Londres o musical tem apresentações de segunda a sábado, das 19h30, e nas quintas e sábados também tem a sessão matine as 14h30, no Her Majesty’s Theatre, na Haymarket, SW1Y 4QL, pertinho da estação Piccadilly Circus.Os preços do site variam de 23 a 71 libras.


O site tem mais informações. Fica a dica, quem vier para cá TEM que ver esse musical!


http://www.thephantomoftheopera.com/london



domingo, 25 de março de 2012

Sobre o Tempo


Tempo, tempo mano velho, 
falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio

Bom, 1 mês sem dar notícias, um tempão, eu sei =) 

Mas, como esse blog está para informar sobre o que eu tenho feito aqui, vou dar um breve resumo sobre o que aconteceu nesse tempo: eu me mudei, estudei feito uma louca no meu tempo livre para poder mudar de sala e ir para um sala de inglês mais avançado, St. Patrick Day (que me ocupou 3 dias!!!!), passeios turísticos na cidade, socialização com o pessoal da casa com quem eu moro, socialização com os meus colegas da escola, socialização com os amigos do Brasil via Skype e MSN, logo, o tempo para o blog estava mínimo.

Já tem quase 2 meses que estou aqui. No 1o mês eu estive morando em uma casa mais para o sul e agora estou morando mais para o leste. Na 1a casa eu morava com mais 10 pessoas, e agora eu também estou morando com outras 10 pessoas. Então, hoje, quero falar um pouco sobre essa experiência das casas.

Eu já havia conhecido várias pessoas que me descreveram como era morar em república, dividir quarto com gente que nunca viu nada vida e tudo mais, porém eu nunca tinha pensado sobre viver esse tipo de experiência, não porque não quisesse, mas porque nunca tinha passado pela minha cabeça. Quando vim para cá, eu sabia que iria dividir o quarto com outra garota, mas ninguém tinha me falado sobre nacionalidade, idade, gostos dessa garota, nada. Até brinquei: "tomara que eu divida o quarto com uma japonesa, porque japoneses são organizados, sabem cozinhar e eu posso treinar meu japonês!".

No fim, fui para em um casa que só tinha brasileiros. No começo eu pensei que isso era chato, agora eu acho que foi a melhor coisa que podia ter me acontecido. Mais para frente eu explico o porquê, mas vamos falar da minha primeira casa aqui.

Moradores da 1a casa (com alguns extras ^^)
Eu morava em uma região bem tranquila, meio até isolada, na realidade, próxima a um parque (e o que não é perto de um parque aqui?) e próxima a uma estação de metrô. A casa era até bonitinha, mas sabe-se lá quem diabos fez a divisão dela, certamente algum engenheiro louco, me recuso a acreditar que aquilo era obra de um arquiteto!. O meu quarto, era o que deveria ser o sala da casa, havia um banheiro no térreo, na realidade, só o vaso sanitário, no segundo piso havia 1 banheiro com um chuveiro e um vaso sanitário, e, ao lado, um outro banheiro com a pia e uma banheira (que não havia interruptor para ligar a lâmpada e sim uma cordinha que você tinha que puxar). Veja só, não havia 1 único banheiro na casa com pia/vaso/chuveiro, tinha também uma cozinha relativamente grande (já que o meu quarto era a sala, a gente se reunia na cozinha) com sofá, mesa e TV e 5 quartos.

Eu esperava que fosse achar a convivência com esse pessoal totalmente desconhecido mais difícil, mas, na realidade, foi até fácil. A garota que dividia quarto comigo era bem legal, uma paranaense gente boa. Claro que, para a coisa toda da casa funcionar, o lugar tinha que ter regras, como não permitir que outras pessoas durmam na casa, não fazer festas, nunca deixar louça suja, e, logo de cara coisa toda foi funcionando bem, tínhamos as divisões das tarefas da casa, responsáveis pela limpeza, pelas compras, etc. Uma observação que me fez estranhar na casa é que eu era a pessoa mais velha, a maioria dos meus outros colegas de casa tinham uns 4 ou 5 anos a menos que eu. Pode parecer meio bobagem, mas eu dificilmente fui a pessoa mais velha de algum lugar.

Na minha 1a semana aqui eu achei que ia surtar em estudar inglês ¬¬ Certo, eu vim pra cá para isso, mas eu voltava da aula desesperada para falar em português, a impressão que eu tinha era que alguém estava tentando abrir a minha cabeça e forçar o inglês a entrar dentro dela. Claro, isso foi o período de adaptação, agora me sinto mais confortável com o inglês, mas o choque cultural é meio chato, e é porque eu esperava esse choque! Então, eu fiquei feliz com os brasileiros na minha casa.

Outra coisa interessante, acerca dos meus colegas de casa, é que todos eles eram no sul/sudeste do país, na realidade eu não conheci nenhum outro nordestino e conheci só 1 pessoa do norte, que estudava comigo. Por causa dos eventos, estou acostumada a lidar com pessoas de outros estados, mas a gente sempre se depara com expressões locais que podem confundir as pessoas, por exemplo, estávamos todos da casa conversando quando eu perguntei: 

"-Alguém tem uma  cruzeta que possa me ceder?
Pessoas da casa olhando para mim com uma cara super estranha.
- Clarice, o que é uma cruzeta?
- Ora, é uma cruzeta!!! Inferno, como diabos o resto do país chama isso?
Clarice corre para o quarto e pega uma cruzeta
- ISSO é uma cruzeta.
- Clarice, isso é um CABIDE, não uma cruzeta"

"- Quié isso mah, diabos é que você tá frescando com a minha cara?"

Veja só, apenas nessa frase tem 2 expressões tipicamente cearenses: "mah" e "frescando". Logo, eu tento me policiar o tempo todo para não falar o meu cearês. Palavras como "frescar", "mah", "cruzetas", "Canjica", "paçoca" é só o começo da história. Claro eu entendo eles mais eles, quando eles falam suas gírias, do que eles me entendem. Acho que, até agora, um dos mais engraçados para eles foi o "rebolar no mato", ou "rebolar fora".

Moradores da 2a casa -
O teto da nossa cozinha é de vidro!
Então, das 10 pessoas que dividiam quarto comigo, 7 voltaram ao Brasil depois de 1 mês, e, como a casa onde eu estava foi vendida, tive que me mudar. A nova casa é até mais organizada, tem outras 10 pessoas e eu estou longe de ser a mais velha. Gostei muito do pessoal daqui, mas ainda estou sentindo muita falta de conversas "nerds". Até agora, foi MUITO difícil de encontrar alguém que curtisse: anime, mangas, cinema, rpg, eu até sei falar sobre quadrinhos e games e nem esse pessoal eu tenho achado direito!!! 

Essa casa que estou agora tem pessoas que ou estão aqui há meses ou que vão ficar por muitos meses. Então nem todo mundo tem essa pressa de querer fazer tudo em pouco tempo, conhecer locais turísticos, viajar, etc. É um bom ritmo, uma boa rotina.

Agora estou dividindo o quarto com 2 garotas que também  moravam na minha antiga casa. Uma louca que tem 19 anos, mas uma alma de velha e uma estudante de medicina. A casa nova fica perto de um parque (de novo, onde diabos não tem um parque aqui???) tem 4 quartos, 1 no térreo, 2 no 1o piso e 1 no 2o piso. Adivinhem onde é o meu quarto???? Sim, isso mesmo, no último piso da casa ¬¬ é um suplício subir essas malditas escadas todos os dias! Eu passo a maior parte do meu tempo na cozinha com preguiça de subir todas essas malditas escadas. 
Da esquerda para a direita Ana, eu e a Fernanda,
minhas colegas de quarto no Green Park

Está gostando muito dessa experiência de conhecer gente de todo o país e, de vários lugares do mundo. Londres é apaixonante!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A Whole New World

A whole new world / Every turn a surprise / With new horizons to pursue / Every moment, red-letter


Ouvi essa música e achei que ela se encaixava bem no tema que eu estava querendo escrever esses dias (sim, por mais que eu demore horrores a postar alguma coisa aqui eu fico pensando sobre o que seria legal escrever!)


Então vamos a um questionamento que algumas pessoas me fizeram esses dias:


"Clarice, você não tem postado fotos de lugares turísticos, não fez nada por ai ainda não?"


>.<


Primeiro ponto: Adaptação. Tipo, eu vim pra cá e não me organizei para conhecer a cidade e depois começar a viver aqui. Não, eu fui louca e cheguei aqui em um domingo às 17 horas e na segunda-feira (sim, o dia seguinte, sabe?) eu comecei as minhas aulas. Por mais que eu fosse acostumada a acordar cedo no Brasil, aqui (ao menos para mim, já que Fortaleza não estava em horário de verão) havia uma diferença de - 3horas. Se eu queria acordar as 8 da manhã, no Brasil isso seria as 5 da manhã.


Legal, né?


>.<


Isso me rendeu uma falta, logo no 2o dia de aula, porque eu precisava comprar casacos e comida! Ainda estou com problemas para acordar cedo, então, normalmente, eu almoço e depois vou a aula. Prefiro deixar o final de semana para passear (o que está funcionando mais ou menos)


Segundo Ponto: É diferente morar em uma cidade e fazer turismo nela. Por exemplo, quantos de vocês já fizeram turismo dentro da sua cidade? Fiz isso em Fortaleza, mas muitas vezes por acaso do que por vontade, ou então porque o local fazia parte do meu roteiro ou costume, como ir a praia, ou passar na feira da beira mar, ou comer caranguejo, etc...


Morar em Londres, um local que recebe tantos turistas o tempo todo, não é diferente. Tenho que encaixar o fato "fazer turismo" no meu cotidiano de ir as aulas, supermercado, divertir-me, etc. Então, isso fica um pouco complicado.


Terceiro e super importante ponto: Fazer turismo em Londres é caro. MUITO caro. Coloque no seu orçamento sua moradia, seu transporte, sua alimentação, diversão (ou seja, basicamente, ir a pubs) e ainda tente encaixar o valor é que cobrado pelas atrações turísticas.


Vi em um site, chamado Mapa de Londres (http://mapadelondres.org) uma lista de atrações e preços, eu dei uma olhada em alguns deles para conferir, é mais ou menos esse preço mesmo, então tenham uma ideia de como é fazer turismo por aqui (claro que há opções gratuitas, elas estão com a minha preferência nesse momento, o valor está em libra):



All Hallows By The Tower (Gratuita)
BAPS Shri Swaminarayan Mandir (Adulto: 2,00 / Criança: 1,50)
Benjamin Franklin House (Adulto: 7,00/ Criança: gratuito)
British Museum (Gratuito)
British Music Experience (Adulto: 12,00/ Criança: 6,00)
Buckingham Palace (Preços de 2012 ainda não divulgados. Em 2011, Adulto: 17,50 / Criança: 10,00)
Cartoon Museum (Adulto: 5,50 / Criança: 3,00)
Chelsea FC Stadium Tour (Adulto: 18,00 / Criança: 12,00)
Chelsea Physic Garden (Adulto: 8,00 / Criança: 5,00)
Churchill War Rooms (Adulto: 16,50 / Criança: gratuito)
Design Museum London (Adulto: 8,00 / Criança até 12: gratuito)
Fan Museum (Adulto: 4,00 / Criança até 7 anos: gratuito)
Guards Museum (Adulto: 4,00 / Criança: gratuito)
Hampton Court Palace (Adulto: 15,95 / Crianç: 8,00)
HMS Belfast (Adulto: 14,00 / Criança: gratuito)
Imperial War Museum (Gratuito)
Jewel Tower (Adulto: 3,20 / Criança: 1,90)
Kew Gardens (Adulto: 13,90 / Criança: gratuito)
London Bridge Experience (Adulto: 23,00 / Criança: 16,00)
London Eye (Adulto: a partir de 17,00 / Criança: a partir de 9,90)
London Royal Parks (Todos gratuitos)
London Transport Museum (Adulto: 13,50 / Criança: gratuito)
London Zoo (Adulto: 18,50 a 21,00 / Criança: 15,10 a 17,50)
Madame Tussauds (Adulto: a partir de 27 / Criança: 23,10)
Museum of Brands (Adulto: 6,50 / Criança: 2,25)
National Gallery (Gratuito)
National Maritime Museum (Gratuito. Para o Observatório: adulto: 10,00/ Criança: gratuito)
National Portrait Gallery (Gratuito. Mostras eventuais cobram 6,00/5,00)
Palace of Westminster (Adulto: 15 libras/Criança: 6,00)
Royal Air Force Museum (Gratuito)
Royal Mews (Adulto: 8,250 / Criança: 5,20)
Royal Observatory (Adulto: 10,00 / Criança: gratuito)
Science Museum (Gratuito)
Shakespeare’s Globe Theatre (Adulto: 12,50 / Criança: 8,00)
St. Paul’s Cathedral (Adulto: 14,50 / Criança: 5,50)
Tate Britain (Gratuito)
Tate Modern London (Gratuito)
The Banqueting House (Adulto: 5,00 / Criança: gratuito)
The Monument (Adulto: 3,00 / Criança: 1,50)
The Queen’s Gallery (Adulto: 9,25 / Criança: 4,65)
Tower Bridge Exhibition (Adulto: 8,00 / Criança: 3,40)
Tower of London (Adulto: 19,80 / Criança: 10,45)
Wellington Arch (Adulto: 3,90 / Criança: 2,30)
Wembley Stadium Tours (Adulto: 16,00 / Criança: 9,00)
Westminster Abbey (Adulto: 16,00 / Criança: 6,00)
Wimbledon Lawn Tennis Museum (Adulto: 11,00 / Criança: 6,75)
Wimbledon Tour Experience (Adulto: 20,00 / Criança: 12,50)
Windsor Castle (Adulto: 17,00 / Criança: 10,20)
Winston Churchill’s Britain at War Experience (Adulto: 12,95 / Criança: 5,50)


Essa lista foi, basicamente, copiada e colada do site Mapa de Londres, então o crédito de buscar os preços é dele!


Minha prioridade está sendo conhecer espetáculos da Broadway que saem entre 30-90 libras. É por isso que não tenho feito muito turismo. claro tem algumas atrações legais que são gratuitas como conhecer os parques (o que não tive muita coragem porque o clima estava frio e agora está começando a ventar muito), fui ao British Museum e adorei, vale a pena conferir. Tenho planos de ir, nos próximos dias, ao Imperial War Museum. Queria ter feito o tour da Westerminster Abbey, mas sério... 16 libras!!! 16! Uma hora criarei coragem, tenho fé.
Fiz algumas coisas turísticas mais por necessidade do que por intenção, como usar aquelas cabines telefônicas, porque eu ainda não tinha comprado um chip daqui. E tenho que confessar, foi uma das minhas piores experiências! As cabines telefônicas, embora um marco da cidade, são sujas, feias e fedorentas! Tive que andar vários quarteirões até achar 1 que eu tivesse coragem (sim, coragem) de entrar, e ainda sai de lá direto para um banheiro para lavar minhas mãos. Já andei nos famosos ônibus de 2 andares (porque eu preciso pegar ônibus aqui), comi fish & chips (apenas congelado, porque eu sobrevivo de comida congelada), andei de underground (que é como eles chamam o metrô aqui), fui em pubs (porque a única coisa que eles fazem aqui para se divertir é ir para pubs) e tomei chá (porque eu sou uma viciada em chá).
Bom, tenham em mente como é diferente morar em uma cidade ou vir a esta cidade apenas a turismo. Londres é uma cidade cara. Ótima de se viver, mas cara.